O promotor de Justiça de Santa Maria, Joel Dutra, informou que o Ministério Público deve recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar fazer com que os quatro acusados do incêndio na boate Kiss voltem à prisão. Elesdeixaram o presídio por volta das 21h30 de quarta-feira (29).
Dutra informou que o medo do Ministério Público é de que os réus fujam para o exterior. Ele afirmou que, quando foram presos após o incêndio, os músicos da banda Gurizada Fandangueira já haviam deixado Santa Maria. A partir de agora cabe à promotora de Justiça Angela Rotunno, que representa o MP junto ao TJ, encaminhar o recurso.
Três desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiram, por unanimidade, conceder liberdade aos acusados. Eles entenderam que os réus são primários, não apresentam riscos à sociedade e que, após quatro meses, o clamor público teria esfriado.
Os sócios da casa noturna, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann; e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos e Luciano Bonilha Leão saíram do presídio escoltados por viaturas da Brigada Militar.
Parentes das vítimas que participaram da audiência ficaram revoltados com a decisão da Justiça. A mãe de uma jovem morta no incêndio chegou a gritar no momento do pronunciamento.
Após acompanhar a concessão da liberdade aos quatro acusados pela morte da filha dele, Adherbal Alves Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), disse estar envergonhado com o Poder Judiciário.
— [Soltá-los], simplesmente regrediu a questão psicológica nossa. É como se nossos filhos não valessem nada. Estamos fazendo um trabalho perfeito até agora, tentando recuperar as pessoas, só que agora a Justiça decretou o caos na cidade.
IG
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