Especialistas e representantes do mercado imobiliário baiano esperam os efeitos das recentes medidas do Conselho Monetário Nacional (CMN) de incentivo aos bancos para o oferecimento de mais crédito imobiliário. Informações de fontes ligadas a bancos de Salvador geram a expectativa no mercado de que os efeitos dessa medida do governo comece a ser sentida já a partir de março.
Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional definiu uma resolução concedendo aos bancos um prazo de 12 meses para aplicar os recursos da poupança no crédito imobiliário. Com a resolução, em vez de recolher o dinheiro ao Banco Central e assim ter menos dinheiro para conceder crédito, os bancos têm um prazo maior para obter novos recursos e aplicar nos financiamentos imobiliários.
Para o presidente da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), Luciano Muricy, a medida é positiva principalmente após meses de perdas históricas na caderneta de poupança, o principal recurso utilizado para o crédito imobiliário. Em 2015, R$ 53 bilhões foram retirados da poupança. Muricy, no entanto, avalia que não é suficiente.
"Os bancos maiores estão com dificuldades para emprestar pela falta de recursos. Essa medida de certo modo vai ajudar um pouco. Mas nós precisamos de outras medidas estruturantes para consertar a economia. Essas medidas são pontuais e por isso têm eficácia pontual", afirma Muricy.
Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA), Samuel Arthur Prado acredita que apenas uma redução na taxa de juros dos financiamentos poderia contribuir para a recuperação do mercado. Em sua avaliação, foram as menores taxas de juros um dos importantes fatores para o boom imobiliário do Brasil. "A gente vem cobrando que o governo baixe as taxas de juros para incentivar o mercado. Isso precisa ser realmente retomado para a retomada também do mercado, que está parado", diz o presidente do Creci-BA.
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