A segunda obra de mobilidade urbana mais cara da Copa do Mundo de 2014, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá, já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos e ainda não chegou nem na metade. O atual governo de Mato Grosso teve que paralisar os trabalhos e contratar uma auditoria diante das evidências de irregularidades e superfaturamento existentes em seu contrato e execução. A obra tem denúncia de direcionamento na licitação, pagamento de propina de R$ 80 milhões, má execução técnica e, agora, a compra inútil de 56 vagões de trem que não terão utilidade no sistema.
Oito composições do VLT, com sete vagões cada, foram compradas sem necessidade pelo ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), que atualmente se encontra na cadeia, preso na esteira de uma investigação da Polícia Federal sobre fraudes em seu governo. No total, o equipamento inútil custou R$ 120 milhões aos cofres públicos.
É o que mostra relatório da consultoria KPMG, contratada pela atual administração. O relatório aponta que 32 composições, com 224 módulos, seriam suficientes para operar todo o sistema de transporte, de 23 quilômetros, mas Silval Barbosa comprou 40. O estudo esclarece que padrões internacionais estabelecem que não é possível colocar trens para rodar em um sistema como o que está sendo implantado em Cuiabá com intervalos inferiores a três minutos.
Assim, considerando a quilometragem da linha em obras da capital mato-grossense, seria impossível operar com mais do que 29 composições. Considerando que três poderiam ter sido adquiridas a título de reserva, restam ainda oito composições, ou 56 vagões, que foram adquiridas sem utilidade alguma. Mesmo quando a obra ficar pronta, o que só acontecerá, segundo cálculos do governo atual, a partir de 2020, esses equipamentos serão inúteis. Foi dinheiro jogado fora. UOL
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