Era para ser apenas mais uma viagem da linha 173, que faz o trajeto Jardim São Vicente – Parque Itália na quente tarde da última terça-feira (26), em Campinas (SP), mas a ação de uma passageira e do motorista acabou causando desconforto nos outros ocupantes do veículo. A mulher foi filmada enquanto fazia carícias no motorista.
Vestindo uma calça vermelha, uma regata preta e sentada no motor do ônibus, a mulher parecia ignorar os outros passageiros até que percebeu a filmagem e, lentamente, retirou a mão direita de cima do motorista. Do outro lado da câmera estava Roseli Ferreira, que, indignada, decidiu publicar o vídeo em sua rede social.
Segundo a postagem, o motorista ficou revoltado quando soube do vídeo e chegou a ameaçar Roseli, mas ela não se intimidou e escreveu: “Com uma passageira em pleno tráfico (SIC) às 15:20 h de hoje, quando descobre que foi filmado ameaça tomar meu celular".
Em menos de 20 horas a filmagem foi compartilhada mais de três mil vezes e gerou debates acalorados entre os que criticam e defendem o motorista e a passageira. “Tadinha tava sem o dinheiro da passagem ué”, ironizou uma pessoa. “Depois dizem que gay é que é promíscuo”, postou outro. “Muita safadeza, pouca vergonha. Tem que ser punido, tem que respeitar pais e mães de família, idosos e crianças que usam o coletivo diariamente”, decretou mais um leitor.
Para Daniela Gonçalves, responsável pelo Departamento Jurídico da Altercamp, cooperativa que administra 20 linhas de ônibus na cidade, incluindo a linha 173, a atitude do motorista é reprovável.
“Ele errou, sem dúvida, mas não podemos fazer nada.Conversei com o dono da linha e cobrei uma punição. Ele é quem deve punir. Acho que o motorista vai pegar uma suspensão”, acredita Daniela.
Algumas pessoas aproveitaram a postagem para denunciar que o motorista costuma adotar uma postura agressiva, como frear bruscamente causando a queda de idosos. Apesar dos comentários a respeito de outras atitudes do motorista, a advogada disse que o número de denúncias na cooperativa é muito baixo e que só é possível atuar quando a empresa recebe alguma denúncia consistente.
“Quando reclamam, a gente apura. O problema é que poucas pessoas reclamam. Neste mês, por exemplo, esta é a segunda reclamação. São casos isolados. Não é tão corriqueiro assim”, garante Daniela.
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