As três medalhas na Rio 2016 alçaram Isaquias Queiroz ao estrelato. O canoísta até confessa que ainda não se acostumou, mas agora é de fato uma celebridade. E que causa furor por onde passa. Bastou 15 minutos de aparição no Aeroporto Santos Dumont no início da noite desta segunda-feira para o novo herói olímpico transformar uma certa calmaria em correria. Todo mundo queria uma selfie e parabenizar o baiano que já virou patrimônio nacional.
Isaquias atendeu a todos com educação. Enquanto esperava o carro que ia o levar embora - ele veio ao aeroporto resolver burocrarias com passagens -, os pedidos de foto iam se acumulando. Uma pequena fila se formou. Isaquias estranhou. Respondia todos os pedidos com uma ressalva: "sim, mas tem que ser rápido". Teve até um taxista que parou o trânsito para registrar o momento. Desajeitado no banco do motorista, Isaquias viu a dificuldade do fã, pegou o celular e disse: "deixa que eu tiro para você". E lá foi ele se posicionar na porta do carro e sorrir para mais uma fotografia.
Taxista para o trânsito, e Isaquias não só atende como ajuda na selfie (Foto: Hector Werlang)
Ao comentar o furor, Isaquias Queiroz ganhou outra medalha: a da sinceridade.
- Tá um pouquinho chato, né? (risos) É que eu ainda não estou acostumado com isso. Mas a gente se acostuma. O legal é o carinho da torcida pela gente, pelos atletas do Brasil.
Isaquias atende os fãs enquanto espera carro na chuva e sem seu boné (Foto: Hector Werlang)
Mas o bendito do carro não chegava. Passaram-se 5, 10 minutos... E os pedidos de foto não cessavam. Ao lado da namorada, Larissa Silva, Isaquias cansava o sorriso. Até que veio um pedido que deixou o canoísta sem reação. Um homem, alegando ser surdo-mudo, fez sinal que queria o boné do ídolo. Meio doado, meio arrancado, Isaquias ficou sem seu boné. Seu topete foi parar na chuva.
- Ele falou que era surdo e mudo. Dei meu boné para ele. Não acreditei muito não. Mas tudo bem - confessou.
Ainda digerindo o feito olímpico que protagonizou nos últimos dias, Isaquias até admite a fama, mas rechaça o rótulo de herói nacional. O canoísta acredita que esta honraria ainda não faz parte do seu currículo e aponta nomes.
- Herói? Não. O reconhecimento é legal. Herói eu acho que não. Eu fiz foi ganhar medalhas. Herói para mim é um Ayrton Senna da vida, que fez muito pelos brasileiros, um Guga... Aí sim. Eu só ganhei medalhas, ainda falta fazer muito pelo Brasil.
Isaquias ainda está no Rio de Janeiro cumprindo agenda apertada de entrevistas. Nesta terça-feira, o canoísta embarca para São Paulo. Porém, ele quer mesmo é voltar para sua Ubaitaba. Aliás, está contando nos dedos.
- Quero ir logo para casa. Acho que dia 26, 27 estou por lá...
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