RIO — A crise econômica fez os brasileiros cortarem os gastos com celular. Cerca de 70% dos usuários de telefonia móvel no país reduziram o valor de suas recargas ou devolveram o chip pré-pago. Como resultado, quase 35 milhões de linhas pré-pagas foram canceladas entre janeiro do ano passado e junho deste ano. E ainda deve haver mais baixas, tanto pela recessão como pelo aumento no uso de aplicativos que permitem ligações, como o WhatsApp. Até dezembro, a expectativa da consultoria Teleco é que outros 20 milhões de números deixem de funcionar em um segmento no qual é possível falar e navegar na internet a partir de R$ 0,30 por dia. No total, uma redução quase igual à base de clientes da Colômbia, de 57,4 milhões.
Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de celulares pré-pagos caiu de 213,4 milhões, em janeiro de 2015, para 178,758 milhões em junho deste ano, com base em número preliminares. Esse volume responde por cerca de 70% de todos os usuários de telefonia móvel no país. Além do encolhimento do setor, analistas e operadoras citam o recuo de até 11,5% no valor das recargas este ano, em comparação a 2015. Hoje, em média, o valor mensal de uma recarga oscila entre R$ 15 e R$ 20, dependendo da companhia. Mas, para tentar minimizar a queda do principal gerador de receita do setor, as empresas vêm investindo cada vez mais em promoções diárias e semanais e pacotes maiores de internet e voz.
Os pacotes mais vendidos atualmente são os semanais, a partir de R$ 7, segundo executivos de duas operadoras: Rodrigo Vidigal, diretor de Marketing da América Móvil, dona da Claro, e Bernardo Winik, diretor de Varejo da Oi.
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