Foto Max Haack/AGECOM
O Afródromo será uma realidade no Carnaval deste ano. A afirmação foi feita pelo músico Carlinhos Brown, e por representantes das ligas afro que concederam entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (15), no Museu Du Ritmo, em Salvador. Diante do impasse travado com a administração municipal, que optou pela não realização da festa neste ano, a alternativa encontrada foi a realização de um grande bloco, formado pelos principais entidades afro baianas, que desfilará no domingo de Carnaval, às 11h, no Campo Grande, sem a presença das cordas. “Este não é um projeto excludente. Não estamos brigando, nem discutindo com ninguém. Queremos modernizar o Carnaval de Salvador”, afirmou Brown.
Também participou do encontro, além dos representantes das principais entidade afro, o secretário municipal de Desenvolvimento do Turismo e Cultura, Guilherme Bellitani, que representou o prefeito ACM Neto. Ele explicou que o projeto se tornou inviável para o Carnaval deste ano porque existe uma lei municipal, criada há quatro anos, que impede a entrada de patrocinadores que não sejam oficiais na festa, fato que aconteceria com o Afródromo. A ideia é que a lei seja derrubada ainda este ano.
Além disso, Bellitani afirmou que a gestão anterior, que garantiu a realização do novo circuito, não tinha nenhum projeto voltado para ele, seja na área de segurança,transporte, ou qualquer ponto relativo a infraestrutura. Para garantir o apoio oficial ao projeto no ano que vem, Bellitani apresentou um documento, assinado pelo prefeito ACM Neto, onde este se compromete a montar toda a estrutura necessária para que o circuito seja realizado em 2014, no bairro do Comércio, como estava prevista na ideia original.
No desfile deste ano, quem quiser participar precisa apenas ter o abadá de um dos blocos afro. Para Vovô do Ilê, este é o início de uma mudança histórica no maior festa popular do mundo. “Pretendemos fazer uma revolução semelhante a que aconteceu no momento da criação do Ilê”, disse. Já o secretário estadual de Cultura, Albino Rubim, afirmou que o Carnaval de Salvador precisa se modernizar, com um choque semelhante ao promovido pelo Ilê 39 anos atrás.
Quando questionado sobre o posicionamento do Conselho Municipal do Carnaval, que no início do mês emitiu nota pública recomendando a não realização do Afródromo, alegando que o projeto não foi apresentado à entidade, Brown criticou a posição do órgão. “O Concar foi convocado para chancelar o projeto. Tenho isto registrado em email. Mas o Concar defende um Carnaval mercadológico. Nós não precisamos do Concar, pois já somos um conselho”, argumentou.
E sobre a possibilidade de o projeto do ano que vem, que pretende ser mais amplo, não ser realizado novamente por falta de apoio, Brown foi direto. “Vai acontecer em 2014. A prefeitura garantiu. Não vamos tomar uma rasteira de novo”, finalizou.
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