O JOGO
- Neymar foi o mais acionado da seleção contra a África do Sul. Errou demais, mas não se omitiu. Diante do Iraque, neste domingo, em Brasília, foi o contrário. Apagadíssimo, o camisa 10 pouco criou e foi um dos principais alvos de uma torcida que perdeu a paciência com o time olímpico brasileiro. Lento e previsível, o capitão teve de ouvir gritos de “Marta” durante todo o segundo tempo. Não teve como responder: em outra atuação decepcionante, a equipe de Rogério Micale empatou em 0 a 0.
- DESTAQUEPRIMEIRO TEMPONo início, a torcida brasiliense parecia ter feito mea-culpa. Após a impaciência na estreia, mostrou apoio desde o início. O Brasil começou nervoso, mas, aos poucos, assumiu o controle do jogo. Porém, a produção ofensiva seguiu ruim: 12 finalizações, mas poucas de real perigo. Gabriel foi o mais incisivo, com Renato Augusto bastante participativo. Entretanto, tiveram pouca companhia. Além do discreto Neymar, Gabriel Jesus voltou a decepcionar.
- DESTAQUESEGUNDO TEMPOA paciência demonstrada pela torcida acabou no apito que encerrou o primeiro tempo. A partir dali, o clima mudou. E a seleção olímpica sentiu. Micale colocou o time para frente, com Luan no lugar de Felipe Anderson, mas a aposta durou 10 minutos, quando Rafinha substituiu um apagadíssimo Gabriel Jesus. Nada melhorou. O time, nervoso, errou demais e foi vaiado sem dó pelos torcedores. Na melhor chance, nos acréscimos, Renato Augusto chutou para fora com o gol aberto. A equipe que prometia jogo ofensivo, dribles e gols completou 180 minutos sem balançar a rede.
- DESTAQUEIRAQUEA seleção asiática soube explorar a situação. Desde o início, o goleiro Hameed retardou tiros de meta, e os jogadores, especialmente no segundo tempo, aproveitaram cada oportunidade para ganhar tempo. O time sabia que a questão psicológica estaria a seu favor. Não ameaçou tanto o gol do Brasil, mas a sensação era de que, a cada avanço, poderia complicar ainda mais a vida da seleção. Ao fim do jogo, os jogadores saíram ovacionados pela torcida no Mané Garrincha.
- DESTAQUE"MARTA, MARTA!"A reação da torcida no Mané Garrincha foi sintomática. A cada erro da seleção brasileira, principalmente no segundo tempo, vaias e protestos. Quando a falha foi de Neymar, gritos de "Marta" tomaram conta do estádio. Enquanto a capitã das meninas passeia no torneio feminino, o capitão não consegue ter o mesmo brilho.
- DESTAQUEPANORAMAApós dois empates, o Brasil está na segunda posição do Grupo A, com dois pontos, e já não depende mais só de si na Olimpíada. Na quarta-feira, precisa vencer a Dinamarca para se classificar às quartas de final. Caso o Iraque não vença a África do Sul, a seleção de Micale passa em primeiro lugar do Grupo A. Mas se vencerem, a diferença de gols das partidas determinará quem passa em qual posição.Na quarta-feira, a seleção enfrenta a líder Dinamarca, com quatro pontos, em Salvador, às 22h (de Brasília). Os iraquianos enfrentam a África do Sul, que tem um ponto, no mesmo horário, em São Paulo.
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