Passageiros de um voo com destino a Congonhas, em São Paulo, passaram mal após uma turbulência causada pelo forte vendaval nesta quarta-feira (10/12). O avião saiu de Curitiba por volta das 11h30 e chegou próximo a Congonhas após uma hora, mas precisou arremeter e teve a rota desviada para Viracopos, em Campinas, devido às condições climáticas. A aeronave pousou sem novas intercorrências às 13h06.
Os passageiros relataram tontura, náusea e episódios de vômito durante o trajeto. Após o desembarque, um passageiro recebeu atendimento médico e teve alta por volta das 15h.
Viracopos recebeu ao menos nove voos desviados de São Paulo devido às condições meteorológicas, sendo sete de Congonhas e dois de Guarulhos. Segundo a administração do Aeroporto, não houve registro de aglomeração de passageiros no terminal.
Caos no aeroporto
Segundo a GRU Airport, que administra o Aeroporto de Guarulhos, 31 aeronaves foram alternadas para outros destinos. As operações começaram a ser normalizadas por volta das 16h2o após melhora das condições climáticas.
O pior cenário aconteceu no Aeroporto de Congonhas, onde mais de 120 voos foram cancelados, sendo 50 chegadas e 71 partidas. Passageiros enfrentaram horas de fila e questionaram a falta de informações.
“Meu voo não está no painel, não está falando que foi cancelado, a gente está na fila há muito tempo e tem apenas uma pessoa da companhia para resolver tudo”, afirmou a fonoaudióloga Juliana Portas, 44.
Já o motorista Alberto Santana, 65 anos, saiu de Salvador com destino a Santa Catarina e disse que o avião teve dificuldades para pousar em Congonhas. “Quando nós estávamos descendo, teve que subir, fazer tudo de novo, pra poder pousar. Muito vento.”
O auxiliar administrativo Matheus Albuquerque, 32, contou que chegou ao aeroporto por volta das 9h. O voo com destino para o Rio de Janeiro foi adiado duas vezes, mas acabou cancelado. “Já tem mais de duas horas que eu estou na fila aguardando um posicionamento, sem previsão se vou viajar hoje ou não.”
Aena
Em nota, a Aena afirmou que operou normalmente nesta quarta-feira e que os voos foram cancelados “por decisões operacionais das companhias aéreas por causa dos ventos fortes com rajadas de mais de 90 km/h, determinação do controle de tráfego aéreo e ajustes da malha aérea das empresas”.
“A Aena recomenda que os passageiros com viagens programadas entrem em contato com as companhias aéreas para saber a situação do seu voo”, acrescenta a empresa.
Segundo a Defesa Civil, no início da manhã, por volta das 9h, a região do Aeroporto de Congonhas registrou ventos de 69 km/h. De acordo com a última atualização do órgão, a capital paulista teve ventos de 81,7 km/h às 11h20.
Até 12h desta quarta-feira, a região metropolitana de São Paulo já tinha 514 chamados para ocorrências de quedas de árvore, segundo o Corpo de Bombeiros.
De acordo com a Defesa Civil, mesmo distante do território paulista, o ciclone extratropical é amplo e intenso o suficiente para afetar diversas regiões paulistas.
Impactos em SP
Segundo o meteorologista da Defesa Civil Willian Minhoto, o ciclone, apesar de ter se formado na região sul do Brasil, atrai ar de outras regiões do país, canalizando correntes de ar quente e úmido vindas do Norte e do Centro-Oeste. A condição favorece chuva, formação de nuvens carregadas e tempestades.
Além disso, Minhoto explicou que a borda do ciclone está associada à passagem de uma frente fria que, ao avançar por São Paulo, provoca queda de temperatura, aumento de nebulosidade e ventos de moderados a fortes. O estado sofre efeitos significativos, mesmo longe do núcleo do fenômeno.


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