Criado pelo governo federal para dar a famílias pobres a oportunidade de ter uma casa, o “Minha casa, minha vida”, em Barros Filho, na Zona Norte do Rio, atende a interesses econômicos do tráfico de drogas. No Conjunto Residencial Haroldo de Andrade, após expulsar 80 famílias do local, os traficantes passaram a cobrar pelo aluguel dos apartamentos invadidos. Na última quinta-feira, moradores expulsos contaram a agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiro (DDPA) que a taxa cobrada por mês para cada imóvel alugado chega a R$ 200.
De acordo com o regulamento do “Minha casa, minha vida”, a sublocação dos apartamentos antes de terminar o prazo do financiamento, que é de dez anos, é proibida e, se for comprovada, pode ser punida com a retomada do imóvel pela Caixa Econômica Federal e a exclusão do programa.
Segundo os moradores, o tráfico estabeleceu regras para três casos diferentes de sublocação. Imóveis abandonados pelas famílias expulsas foram, primeiramente, distribuídos entre aliados da facção comandada por Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, chefe do tráfico do Complexo da Pedreira, no bairro vizinho de Costa Barros, e responsável pela invasão. Os bandidos que se mudaram para o conjunto não pagam aluguel.
Após a instalação de traficantes, os imóveis restantes foram oferecidos a moradores de favelas vizinhas, como a Terra Nostra e a Lagartixa. Quem aceitou pagar a mensalidade foi autorizado a ocupar o apartamento.
Por último, o tráfico mapeou, através de reuniões de condomínio realizadas nas áreas comuns, os imóveis que já haviam sido sublocados pelos seus proprietários originais. Os locatários foram abordados um por um e coagidos a continuar pagando o aluguel aos bandidos. Mesmo que o valor cobrado pelo proprietário fosse mais alto, a taxa do tráfico é a mesma em todos os casos: R$ 200.
POR: EXTRA ON LINE
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