Por Redação Bocão News
O dono das construtoras UTC e Constran, Ricardo Pessoa, disse em sua delação premiada que fechou diretamente com o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), o repasse de R$ 1 milhão em propinas e que o acerto, segundo ele, incluía atender com atenção especial a pedidos de doação eleitoral feitos pela cúpula do PMDB no Senado.
Na Bahia, a direção do PMDB ganhou R$ 300 mil da UTC, conforme os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a direção nacional do partido, mais R$ 500 mil. Na época que Lobão era ministro, de acordo com Pessoa, a suposta propina milionária serviria para garantir contratos de consórcio integrado pela UTC nas obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Um consórcio formado por UTC, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht — todas investigadas na Operação Lava-Jato e suspeitas de integrarem o “clube do cartel” — executa as obras. O grupo venceu uma concorrência no fim de 2013 para obras em Angra 3, no valor de R$ 3,1 bilhões. Por ter saído vencedor, o consórcio optou por um pacote de obras que inclui edificações não nucleares, no valor de R$ 1,75 bilhão.
Ainda de acordo com o jornal, o dono da UTC disse ter interpretado que o acordo da suposta propina a Lobão deveria estender benefícios aos caciques do PMDB no Senado. Os registros das doações no TSE corroboram o que Pessoa afirmou na delação.
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