O projeto de lei que define uma espécie de "cotas" para forrozeiros durante os festejos juninos foi aprovado nesta terça-feira (16), por unanimidade, pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). O documento propõe que 60% da verba pública investida para contratação de músicos no período seja destinada aos artistas de forró. Agora, o projeto será enviado para sanção do governador Rui Costa.
Forrozeiros, sanfoneiros, cordelistas e repentistas acompanharam a sessão plenária e comemoraram a aprovação. Na última semana, a votação havia sido adiada para possibilitar a presença de artistas que estavam em viagem no interior, como o forrozeiro Zelito Miranda, que ajudou a elaborar o projeto junto a nomes como Del Feliz.
A iniciativa pede a valorização de músicos e bandas baianas em festas juninas locais, além da conservação da tradição do São João. O conteúdo do projeto foi discutido por alguns dos artistas e deputados em reunião no início de maio.O projeto é fruto de um acordo entre os líderes da bancada do governo, Zé Neto (PT), e de oposição, Sandro Régis (DEM), com apoio do presidente do legislativo, deputado Marcelo Nilo (PDT).
"A maior festa da Bahia não é o carnaval, que ocorre só em Salvador. É o São João, que acontece nos 417 municípios. São mais de três milhões de turistas que circulam nessas cidades. Pessoas da Bahia e de outros estados. Esse é um projeto muito importante, pois precisamos priorizar as bandas do interior e da capital”, disse Marcelo Nilo.
O presidente da Assembleia adiantou ainda que, apesar do projeto ter sido criado e votado antes do São João, só deve ser possível colocá-lo em prática no próximo ano, já que muitas festas já estão com a grade de programação fechada.
Pedido dos artistas
Para o forrozeiro Zelito Miranda, a iniciativa surgiu da necessidade de organização em relação à contratação de bandas baianas nos eventos juninos que têm verba pública.
Para o forrozeiro Zelito Miranda, a iniciativa surgiu da necessidade de organização em relação à contratação de bandas baianas nos eventos juninos que têm verba pública.
"Foi uma coisa que nasceu de uma necessidade mesmo que nós estamos tendo de organizar o mercado, porque a gente tem exemplos, como o carnaval, que tem várias associações, vários órgãos que organizam, que discutem, que conversam e normatizam. Nós percebemos, todos nós forrozeiros, que é o momento da gente discutir isso", disse.
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