A mulher que foi presa por envolvimento na morte de Cristal Rodrigues Pacheco durante um assalto, em Salvador, tinha passagens pela polícia pelos crimes de roubo e tráfico de drogas, e estava foragida desde março. A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) nesta quarta-feira (3), um dia após o crime.
Conforme a SSP, em 2011, a mulher foi flagrada comercializando entorpecentes em Salvador. Quatro anos depois, em 2015, ela voltou a ser presa e foi autuada na 5ª Delegacia Territorial (DT) de Periperi por prática de roubos. Já 2017, ela foi detida com cocaína e apresentada na 14ª DT da Barra.
A suspeita, que foi identificada como Gilmara Daiam de Sousa Brito, de 31 anos, foi encontrada ainda na terça-feira (2), horas após o latrocínio (roubo seguido de morte). Segundo a polícia, a mulher contou em depoimento que não tinha sido ela que atirou, o que coloca a culpa do disparo na outra suspeita que participou do crime.
A outra mulher já foi identificada pela polícia, mas ainda não foi encontrada. A prisão dela foi pedida pela polícia para a Justiça, mas ainda não houve um retorno. A suspeita, que não teve o nome divulgado, está sendo procurada por policiais militares e civis, que realizam buscas desde a terça-feira. O caso segue sob investigação.
Na manhã desta quarta-feira, familiares e amigos de Cristal fizeram um protesto no bairro do Campo Grande, no centro da cidade, onde o crime aconteceu. O grupo começou a se concentrar nas primeiras horas do dia e, por volta das 7h30, iniciou uma caminhada. O ato foi encerrado pouco antes das 11h.
Dezenas de pessoas participaram do ato. Vestidos de branco, os manifestantes carregaram balões e cartazes, com pedidos de paz, justiça pela morte da menina e de segurança na região. Eles chegaram a parar na frente do prédio onde a vítima morava.
Entre os amigos presentes, estavam colegas de escola da adolescente e pais deles. A menina estudava no Colégio Mercês, que decretou 3 dias de luto e suspendeu as aulas nesta quarta após o crime. Na terça, as aulas também foram suspensas.
Cristal tinha 15 anos e foi baleada no peito. Ela estava a caminho da escola com a mãe e a irmã mais nova, de 12 anos, quando foram abordadas pelas duas assaltantes.
O crime aconteceu pouco antes das 7h, na frente do Palácio da Aclamação, a poucos metros do Quartel dos Aflitos. Câmeras de segurança instaladas na região registraram os momentos antes, durante e depois do latrocínio.
Em um dos vídeos, a garota aparece de braços dados com a mãe, enquanto a irmã mais nova caminha solta, ao lado delas.
Em outras imagens, que foram cedidas ao iBahia pelo g1, dá para ver o momento exato do crime. No vídeo, dá para ver duas mulheres atravessando e seguindo em direção à família. Em seguida, elas abordam as meninas e a mãe delas.
Em determinado momento, a garota é baleada e cai. As mulheres fogem com pertences das vítimas. A mãe da menina baleada tenta prestar socorro a ela. A ação dura segundos. As criminosas estariam com uma faca e uma arma. A dupla fugiu em direção ao bairro do Dois de Julho.
A suspeita que foi presa foi localizada dentro de uma construção abandonada em uma invasão, no bairro de Alto de Coutos, no subúrbio ferroviário de Salvador. Em seguida, ela foi encaminhada para o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi ouvida e autuada em flagrante.
O corpo da adolescente foi enterrado no final da tarde da terça-feira no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação. Dezenas de amigos e familiares estavam presentes, incluindo os pais de Cristal. A cerimônia foi marcada cor muita comoção.
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