Uma pergunta forte, desconfortável, porém feita de forma educada, incomodou o diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, na coletiva de imprensa com o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, e o zagueiro, Thiago Silva, nesta sexta. Pior: no "Jornal Nacional", foi a vez de Galvão Bueno fazer coro e defender Paiva.
"Esta semana a seleção chilena, Alexis Sanchez, Jorge Valdivia e mesmo o presidente da Federação [Chilena de Futebol] manifestaram seus temores pela arbitragem de amanhã, que poderia ser 'caseira'. Que pensam ambos?", questionou um jornalista chileno. Só isso. Uma pergunta. Queria ouvir o que os brasileiros tinham a dizer sobre as críticas do pessoal do Chile, adversário do Brasil neste sábado, em duelo por vaga às quartas de final da Copa.
Foi o bastante para o responsável pelo setor de Comunicação da Confederação Brasileira passar um pito no profissional, não deixando que Felipão e Thiago Silva respondessem à... pergunta. Talvez um questionamento duro, mas uma pergunta. Nada além disso.
Bradou Rodrigo Paiva à serviço da CBF/Seleção Brasileira: "a imprensa do Chile tem insistido ao longo desta semana sobre esse tema, que é primitivo e imaturo neste momento do futebol, nos tempos de hoje. Esse tipo de pressão sua é até ridícula. Isso não é um desrespeito não só com a Fifa e o árbitro da partida [o inglês Howard Webb, mesmo da final última Copa, na África do Sul], mas com a Seleção Brasileira, com as pessoas que trabalham aqui de forma séria, com 100 anos de história de futebol brasileiro vencedor. Desrespeito, acima de tudo, com o povo brasileiro. O Brasil não precisa de árbitro pra ganhar competição, pra ganhar título e vocês deveriam respeitar um pouquinho mais a Seleção Brasileira e o povo brasileiro. Não adianta insistir que nós não vamos falar mais nada sobre isso, tá bom?"
Reparem que o diretor de Comunicação da CBF acusa o jornalista chileno de fazer pressão. "Esse tipo de pressão sua é até ridícula", ele disse. Pois bem, em sua participação no "Jornal Nacional", Galvão o aplaudiu pelo ato. E pior: transformou uma pergunta simples, ainda que dura (coisa rara em coletivas da Seleção Brasileira, diga-se), em "acusação". E assim o locutor acabou falando uma enorme bobagem.
"Foi muito bem o Rodrigo Paiva, porque aquilo não era uma pergunta do jornalista chileno. Era uma acusação. Há, sim, que se respeitar a história, o povo brasileiro e os cinco títulos mundiais da Seleção Brasileira", falou o "porta-voz nacional", Galvão.
Tudo isso porque um jornalista chileno apenas quis ouvir a opinião de Felipão e Thiago Silva. Qual o problema? Que acusação ele fez? Para o blog, acusação nenhuma. Para falar tamanha asneira, distorcer os fatos assim, era melhor Galvão ficar calado.
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